Para
que servem os pronomes? Se os nomes possuem relação direta com os seres do
mundo exterior, os pronomes têm um papel decisivo no interior da própria
língua. São eles que substituem, acompanham e retomam os nomes, que expressam
formas sociais de tratar o interlocutor e que marcam posição em relação às
pessoas do discurso. Os pronomes também são fundamentais para que um texto não
seja um punhado de frases soltas, contribuindo para estabelecer coerência e
coesão entre elas.
Pronome: são palavras que
substituem ou acompanham outras palavras, principalmente os substantivos. Podem
também remeter a palavras, orações e frases expressas anteriormente.
1. eu substitui "Ana"
2. meu acompanha "o livro de matemática"
3. o substitui "o livro de matemática"
4. ele substitui "o livro de matemática"
2. meu acompanha "o livro de matemática"
3. o substitui "o livro de matemática"
4. ele substitui "o livro de matemática"
Substituir o nome
Nesse caso, classifica-se como pronome substantivo e constitui o núcleo de um grupo nominal.
Ex.: Quando cheguei, ela se calou. (ela é o núcleo do sujeito da segunda oração e se trata de um pronome substantivo porque está substituindo um nome)
Nesse caso, classifica-se como pronome substantivo e constitui o núcleo de um grupo nominal.
Ex.: Quando cheguei, ela se calou. (ela é o núcleo do sujeito da segunda oração e se trata de um pronome substantivo porque está substituindo um nome)
Referir-se ao nome
Nesse caso, classifica-se como pronome adjetivo e constitui uma palavra dependente do grupo nominal.
Ex.: Nenhum aluno se calou. (o sujeito "nenhum aluno" tem como núcleo o substantivo "aluno" e como palavra dependente o pronome adjetivo "nenhum")
Nesse caso, classifica-se como pronome adjetivo e constitui uma palavra dependente do grupo nominal.
Ex.: Nenhum aluno se calou. (o sujeito "nenhum aluno" tem como núcleo o substantivo "aluno" e como palavra dependente o pronome adjetivo "nenhum")
Classificação dos pronomes
Pronomes pessoais: são aqueles que indicam as três
pessoas do discurso.
Retos Oblíquos átonos Oblíquos tônicos
Singular Singular Singular
1ª
eu me mim, comigo
2ª
tu te ti, contigo
3ª ele,ela o, a, lhe, se si, ele, ela , consigo
Plural Plural Plural
Nós nos nós, conosco
Vós vos vós, convosco
Eles, elas os, as, lhes, se
si, eles, elas, consigo
Observações:
*
Os pronomes pessoais do caso reto funcionam geralmente como sujeito. Ex: Ela
não diz nada e eu vou embora.
*
As formas eu e tu não podem vir precedidos de preposição. Para substituí-la
usam os pronomes oblíquos mim e ti. Ex: Não há nada entre mim e você.
*
Os pronomes oblíquos átonos são sempre empregados sem preposição, quando tônicos são empregados com preposição ( como, a,
até, contra, de , em, entre, para por, sem )
*
Quando o verbo estiver no infinitivo se usa pronome pessoal reto. Ex: Trouxeram
várias pelas para eu verificar.
*
São chamados de reflexivos os pronomes que se referem ao sujeito da oração. Ex:
Eu não me cortei.
*
Os pronome se, si, consigo funcionam como complemento do verbo e devem ser
empregados só como reflexivos.
*
Os pronomes conosco, convosco são substituídos por com nós e com vós quando os
pronomes pessoais são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
todos, ambos ou algum numeral. Ex: Você terá que viajar com nós todos.
*
As formas lo, la, los, las substituem os pronomes oblíquos o, a, os, as, depois
de verbos terminas em r, s, e z.
* As formas no, na, nos, nas
substituem os pronomes o, a, os, as, depois de verbos terminados em am, em, ão,
õe.
Pronomes de tratamento: são palavras empregadas para
tratar cerimoniosamente o interlocutor. ( você, vossa alteza, vossa excelência,
vossa majestade, vossa santidade, etc.)
Pronomes possessivos: são aquelas palavras que indicam posse em relação às três pessoas
do discurso. ( meu, minha, teu, tua,
seu, sua, nosso, nossa, vosso, vossa, etc.)
*
os pronomes possessivos seu, sua, seus,
suas, podem provocar ambigüidade na frase . Ex: O aluno não aceitou sua
reprovação. ( reprovação de quem? ) Para evitar esta ambigüidade, pode-se
substituir os pronomes referidos por dele (s), dela (s).
*
Os pronomes de tratamento utilizam os possessivos da terceira pessoas. Ex:
Vossa Excelência apresentou seus argumentos na sessão de hoje?
*
Deve-se evitar o uso de pronomes possessivos quando referir a partes do corpo.
Ex: Estou com dor na nuca.
*
Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos átonos assumem valor de
possessivo. Ex: Vou suguir-lhe os passos. ( = vou seguir seus passos )
Pronomes
demonstrativos :
situam a pessoa ou coisa demonstrada em relação às três pessoas do discurso.
Esta localização pode se dar no tempo, no espaço ou no próprio texto.
Espacial Em
relação ao texto
Este (a) - perto da pessoa que fala -
Emprega-se esse, essa, isso em relação ao que já foi dito.
Esse (a) - distante
da pessoa que fala -
Emprega-se este, esta e isto em relação ao
Aquele (a) -
distantes das duas pessoas do discurso que vai ser dito.
Em
relação ao tempo
Este
– tempo presente – Nestas últimas horas tenho aprendido muito.
Esse
– tempo passado ou futuro próximo – Foram muito agradáveis esses dias que
passei na praia.
Aquele
– passado vago ou remoto - Naqueles
tempos, o país era mais otimista.
Pronomes indefinidos: são aqueles que se referem ao substantivo
de modo vago, impreciso ou genérico.
Variáveis: algum, nenhum, todo, outro, certo,
bastante, qualquer, quanto, qual, etc.
Invariáveis: alguém, ninguém, tudo, nada, algo,
cada, que, quem, etc.
Pronomes
interrogativos: a função do pronome interrogativo é
interrogar, é perguntar sobre a identidade dos seres a que se refere. São
pronomes interrogativos quem, quanto, qual e que quando empregados em frases
interrogativas.
Pronomes relativos: é aquele que liga duas orações, substituindo
na 2ª oração um antecedente , isto é, um termo já expresso na 1ª oração. Os
pronomes relativos são:
- Que:
é o mais empregado, sendo chamado de relativo universal. Pode ser usado
com referência a pessoa ou coisa,no singular ou plural. Ex: Eis o instrumentos de que necessitamos.
- Qual, os quais, a
qual, as quais: são
usados com referência a pessoa ou coisa por motivo e clareza ou depois de
determinadas preposições. Ex: Essas são
as conclusões as quais pairam muitas dúvidas.
- Cujo ( e suas
flexões ) = de que, do qual, de quem:
estabelecem normalmente relação de posse entre o antecedente e o termo
especificam. Ex: É uma pessoa cm cujas opiniões não de pode concordar.
- Quem: refere-se a uma pessoa ou coisa personificada. Ex: Esse é o livro a quem prezo como companheiro.
- Onde ( = em que ): deve ser usado na indicação de lugar.
- Quanto, quantos e
quantas: são pronomes relativos quando seguem os
pronomes indefinidos.
Ex: Esqueci tudo quanto foi dito aquela noite.
Colocação pronominal
Os pronomes oblíquos átonos ( o,
a , os, as, lhe, lhes, me, te, se, nos, vos) podem ocupar três posições na
oração em relação ao verbo:
·
Antes do verbo: próclise; dizemos que o pronome está
proclítico.
Ex:
Nunca se fala nestas coisas aqui.
·
No meio do verbo: mesóclise; dizemos que o pronome está
mesoclítico.
Ex:
Ajudar-te-ei amanhã sem falta
·
Depois do verbo: ênclise; dizemos que o pronome está
enclítico.
Ex: Faltavam-me alguns relógios.
Uso da próclise:
A
próclise é obrigatória:
1) quando há palavras de sentido negativo
antes do verbo
Ex:
Nada lhe posso dizer. / Nunca a vi. / Ninguém
me procurou.
2) quando o sujeito anteposto ao verbo
contém ou é um pronome indefinido.
Ex:
Nada nos amedrontava. / Quase tudo nos convém.
3) quando aparecem conjunções subordinada
e pronome relativo.
Ex:
Quero que me entendas . / Quando me convidaram, não titubeei.
/ Há coisas que nos aborrecem.
4) em orações iniciadas por palavras
interrogativas.
Ex:
Quando nos enviarão as passagens?
/ Quem te perdoou a
dúvida?
5) em orações que exprimem desejo, e
iniciadas por palavras exclamativas.
Ex:
Deus me acuda! / Bons olhos o vejam. /
Quanto tempo se perde com leviandades!
6) quando o verbo vem antecedido de
advérbio.
Ex:
Amanhã te darei as respostas. / Logo
lhe darei o que pediu.
7) quando se usar gerúndio precedido de
em.
Ex: Em se tratando de medicina, ele é
especialista.
8) quando orações iniciadas por
pronomes ou advérbios interrogativos.
Ex: Quando nos entregarão os relatórios? / Quem me compra um lanche?
9) nas orações coordenadas sindéticas
alternativas
Ex: Ora dança, ora se põe a cantar.
10)
nas orações coordenadas aditivas que contenham expressões : não...nem, não
só...mas também, não só... como também
Ex: Não só reclamava, mas também se aborreceu
profundamente na reunião.
Uso da mesóclise
Para
usar mesóclise, é necessário que o verbo esteja no futuro do pretérito ou do
presente do indicativo.
Ex:
Os filhos a receberiam bem se
você os respeitasse. Os filhos recebê-la-iam bem se você os respeitasse.
Obs: se houver, porém, partícula atrativa, como as
palavras negativas não, nunca, jamais, ninguém, nada, a próclise é obrigatória, apesar de o verbo
estar no futuro do pretérito.
Ex:
Os filhos não a receberiam bem se
ela os desrespeitasse.
Uso da ênclise
A
ênclise é obrigatória
1) quando o verbo inicia a frase. Ex: Faltam-me os dados técnicos
desejáveis.
2) com verbo no infinitivo impessoal.
Ex: Para assustá-lo, os
soldados atiram para cima.
3) com verbo no imperativo afirmativo.
Ex: Não perturbe a menina, deixa-a em
paz.
4) Com verbo na forma nominal de
gerúndio, desde que este não venha precedido de sem.
Ex:
A porta se fechou, desligando-a para
sempre do mundo.
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